Espaço reservado à reflexão sobre questões que nos incomodam e nem sempre tivemos com quem nos aconselhar. Reflete a opinião de quem, embora não seja dono da verdade, se esforça por ser um servo fiel dela. Existe algo que sempre o incomodou e que ainda não encontrou resposta satisfatória? Este é o seu espaço, você poderá perguntar o que quiser e eu lhe direi o que penso, embasado na Bíblia Sagrada. Trazer-lhe a Palavra de Deus e tirar a sua dúvida, ajudando-o (a) a refletir acerca de seu dia-a-dia é o que mais desejo. Você pode usar o espaço "comentários" para enviar suas perguntas ou, se preferir, mande-as via e-mail: pr.sandromarcio@hotmail.com e aguarde a publicação da resposta no blog.
Que Deus nos ajude!

segunda-feira, 16 de março de 2020

João Batista era ou não era Elias???


Eis uma pergunta que tem chamado a atenção de muitos!

Consideremos:

Fichas Técnicas:
Elias: Profeta em Israel no séc IX a.C. Nascido provavelmente em Tisbe de Naftali e morador de Gileade. Referido em 1Reis 17-29, 21 e 2Reis 1 e 2, profetizou à dinastia de Onri, sendo contemporâneo de Acabe, Jezabel e Acazias, tendo sido trasladado em vida para o Céu, provavelmente no reinado de Jeorão.
Sua profecia foi de repreensão aos reis pela idolatria dominante no reino do Norte, anunciando a seca e o juízo de Deus.

João Batista:
Nascido por volta do ano 7 a.C, por milagre de Deus foi filho de Izabel e do sacerdote Zacarias, que já eram de avançada idade.
Parente próximo de Jesus, tendo nascido seis meses antes, cresceu no deserto da Judeia e foi chamado por Deus para preparar o caminho do Messias.
Vestia-se com peles de camelo e comia mel silvestre.
Profetizou a chegada do Messias e identificou-o com Jesus. Falou contra o adultério de Herodes Antipas com a esposa do próprio irmão.
Foi aprisionado por aquele rei e finalmente morto decapitado, por volta do ano 30 AD. Jesus o reconheceu como sendo, dentre os homens da terra, o maior diante de Deus.

Referências Bíblicas para Reflexão:

Em Malaquias 4: 5 e 6, lemos:
"Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do Senhor; ele converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais, para que eu não venha e fira a terra com maldição".

Em Lucas 1.17, quando o anjo profetizou o nascimento de João Batista, disse:
"E irá adiante do Senhor no espírito e poder de Elias, para converter o coração dos pais aos filhos, converter os desobedientes à prudência dos justos e habilitar para o Senhor um povo preparado".

Em Mateus 17: 11-13, lemos:
"Então, Jesus respondeu: De fato, Elias virá e restaurará todas as coisas. Eu, porém, vos declaro que Elias já veio, e não o reconheceram; antes, fizeram com ele tudo quanto quiseram. Assim também o Filho do Homem há de padecer nas mãos deles. Então, os discípulos entenderam que lhes falara a respeito de João Batista".

Mas, em João 1.21, João Batista responde categoricamente: Eu não sou Elias!
Então, cabe a pergunta:

João Batista era ou não era Elias???

Curiosamente, esta pergunta deve ser respondida com SIM e NÃO.
Calma, eu explico.
Por um lado, podemos afirmar que:
- João Batista NÃO era Elias:
Como vimos na ficha técnica, Elias e João Batista eram duas pessoas distintas, vivendo em lugares e épocas distintos.
E, antes que digam que João era Elias reencarnado, Lembremos que a Bíblia afirma que Elias nunca morreu, foi levado em corpo para o Céu, isto é, Elias não reencarnou porque ele nunca desencarnou (no jargão moderno dos que defendem a reencarnação). Além do fato que em lugar algum da Bíblia se ensina a reencarnação.
Para que fique bem claro que João Batista e Elias não eram a mesma pessoa, basta voltar uns poucos versículos, para Mateus 17.3, quando fala da Transfiguração de Jesus em que Ele conversa com dois personagens do passado, Moisés e Elias. Caso Elias fosse João, os discípulos não teriam dificuldade alguma em reconhecê-lo; mas não foi João Batista quem apareceu a Jesus, foi Elias mesmo!

Por outro lado, devemos afirmar que:
João Batista era SIM o Elias que havia de vir!
Isto é, João Batista cumpria em seu ministério as profecias referentes a Elias.

Podemos dizer que João Batista foi o Elias do seu tempo, repreendendo aos reis e indicando ao povo o caminho de Deus.

Assim, reafirmamos a singularidade e a individualidade de João Batista, ao mesmo tempo em que reconhecemos nele o mesmo caráter, fidelidade e ação do Espírito Santo, outrora demonstrados na vida do profeta Elias, ao ponto de Cristo dizer, que João era o Elias que estava para vir!

Por isso é importante interpretar corretamente os textos bíblicos, para que percebamos o ensinamento que nos é dado, evitando confusões e falsas doutrinas.

sábado, 10 de fevereiro de 2018

A Carta aos Hebreus e a Predestinação

Boa noite tio! Tenho uma dúvida referente ao capítulo 4 de Hebreus, versículos de 1 a 13. A minha dúvida é em relação à predestinação. Eu sei que não é exatamente um texto que fale expressamente sobre isso, mas tenho a impressão de em algumas passagens o autor dá a entender que os hebreus do deserto "perderam" a salvação por não terem fé. E isso me fez refletir também sobre o que mudaria efetivamente em uma pessoa que acreditava apenas na presciência de Deus, quando ela passasse a acreditar na predestinação. O senhor poderia me dar uma luz, por favor?

Resposta:
Querido sobrinho Tiago, quanto à sua pergunta, posso dizer que a Carta aos Hebreus faz um paralelo entre o Antigo e o Novo Testamentos, mostrando a superioridade de Cristo sobre Moisés, o tabernáculo e a Lei, ensinando assim que é ainda maior ofensa daqueles que desprezam o Evangelho, depois de o conhecerem bem, do que a ofensa praticada pelos infiéis que passaram pelo Mar Vermelho.
Não se trata de perda da salvação e sim de ter chegado muito perto dela e a ter desprezado.
Vamos ver isto mais evidente nos capítulos 6 e 10. Onde é falado de pessoas que foram especialmente abençoadas, tiveram grande iluminação da Verdade e até mesmo provaram coisas sobrenaturais, e ainda assim se perderam.
Vemos que tais pessoas jamais foram salvas, mas tiveram conhecimento suficiente que tornou o pecado da rejeição ainda maior do que o pecado daqueles que não tiveram tanto conhecimento.
No Antigo Testamento podemos ver Caim, Lameque, Saul e Acabe, por exemplo. E no Novo Testamento encontramos Herodes o Grande, que viu na Bíblia a profecia de que o Rei nasceria em Belém, disse que queria adorá-lo, mas na verdade buscava matar o Cristo. Temos também o mau exemplo dos fariseus que acompanhavam a Jesus por onde Ele ia, viam Seus milagres e preferiram dizer que eram por obra do príncipe dos demônios, e assim, cometeram o pecado da blasfêmia contra o Espírito Santo. E finalmente, Judas Iscariotes, que foi um dos doze apóstolos, viveu três anos e meio ao lado de Jesus, realizou curas e milagres, ao lado dos demais discípulos, e na verdade, nunca foi crente de verdade. Mas, dado ao conhecimento e experiências que teve tornou a sua traição contra o nosso Senhor ainda mais aviltante, a ponto de Jesus dizer que, melhor lhe seria nunca ter nascido.
A Carta aos Hebreus nos serve de alerta para que mostremos na vida prática que somos de fato filhos de Deus, e não descansemos na ilusão de uma vida desobediente.
É certo que todos os crentes podem errar (e erram), mas logo se arrependem!
É muito estranho um crente verdadeiro que não sente dor pelo pecado, e não volta atrás por seus erros!
Quando alguém vive assim, mesmo tendo enorme conhecimento da verdade, acumula para si as tristes consequências de quem viu a Deus bem de perto e O rejeitou.
Esta pessoa nunca foi salva, mas por seu conhecimento e experiências se tornou digna de ainda maior condenação!
Contudo, em havendo verdadeiro arrependimento, a consequente mudança nos mostra que ali está um crente de verdade!
Assim, não há conflito entre a Carta aos Hebreus e a doutrina bíblica da Predestinação.
Desde pequenos ouvimos pessoas recitarem uma frase que não está na Bíblia, como se fosse uma grande verdade: "não existe pecadinho nem pecadão, todos os pecados são iguais". Isto não é a plena verdade!
Embora todos os pecados sejam sujos e dignos de condenação, existe sim diferença de gradação entre pecados, de acordo com a quantidade de conhecimento que teve aquele que pecou.
Lucas 12: 47. O servo que soube a vontade do seu senhor, e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites; 48. mas o que não a soube, e fez coisas que mereciam castigo, com poucos açoites será castigado. Daquele a quem muito é dado, muito se lhe requererá; e a quem muito é confiado, mais ainda se lhe pedirá. - Bíblia JFA Offline
Se pudéssemos consertar o ditado popular diríamos que "não existe pecadinho, pois todo pecado já nasce grande e horrível, mas há pecados piores que outros sim!
Por isso Jesus disse de alguns pecadores, que seria melhor nunca terem nascido!
Espero ter esclarecido a questão!

Para aprender mais sobre a Doutrina Bíblica da Predestinação,
Recomendo:
http://respondapastor.blogspot.com.br/2017/08/uma-vez-salvo-sempre-salvo.html

http://respondapastor.blogspot.com.br/2013/04/voce-acredita-em-predestinacao.html

http://respondapastor.blogspot.com.br/2011/11/por-que-deus-criou-pessoas-mesmo.html

http://respondapastor.blogspot.com.br/2011/07/o-crente-que-confia-na-predestinacao.html

A Trágica Morte Deles foi Merecida?

Naquela mesma ocasião, chegando alguns, falavam a Jesus a respeito dos galileus cujo sangue Pilatos misturara com os sacrifícios que os mesmos realizavam. Ele, porém, lhes disse: Pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem padecido estas coisas?  Não eram, eu vo-lo afirmo; se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis.  Ou cuidais que aqueles dezoito sobre os quais desabou a torre de Siloé e os matou eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém?  Não eram, eu vo-lo afirmo; mas, se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis. Lucas 13:1‭-‬5
Em 16/01/2018 o irmão Diogo perguntou:
Pastor Boa noite, não consegui compreender o significado da passagem acima, pode explicar?

Resposta:
Irmão Diogo, infelizmente as pessoas costumam acreditar que se alguém recebe o bem ou o mal é porque mereceu. Dessa maneira, em caso de alguma tragédia, surgem os comentários maldosos. Pois bem, naquela ocasião a cidade estava em polvorosa pela notícia de um morticínio ordenado por Pilatos, contra certos religiosos galileus, que morreram em cima de seus sacrifícios, e outra manchete de uma torre que desmoronou, matando 18 pessoas.
Os comentários deviam ser mais ou menos assim: A justiça tarda mais não falha! Quem não morre nas mãos de Pilatos, morre esmagado pela torre!
Em Atos dos Apóstolos, vemos esse tipo de raciocínio quando houve o naufrágio do navio de Paulo e ele foi picado por uma serpente. A ideia era que: ele escapou do naufrágio, mas a justiça foi feita com a mordida da cobra. Lá eles tiveram que mudar o pensamento, pois Deus protegeu seu servo e o veneno não fez efeito.
Já no Evangelho de Lucas, Jesus não tentou defender a inocência dos mortos, ao contrário, Ele ensinou sobre a culpa de todos, pois como pecadores que somos, todos precisamos de, arrependidos, buscarmos o perdão de Deus!
Assim, aprendemos que em momentos de tragédia não nos cabe julgar e sim solidarizarmos  com aqueles que sofrem, pois diante de Deus, todos somos merecedores de castigo!
Só a Graça nos salva!!!

Se pensamos que quem morreu foi merecedor da morte e do inferno, devemos lembrar que todos nós, pecadores diários, também o somos, contudo; devemos levar às mãos à boca e calar toda e qualquer palavra que possa torturar parentes e amigos enlutados. Com amor, mansidão e sabedoria devemos pregar aos vivos e não fazer julgamento dos mortos; isto só cabe a Deus!

Precisamos alertar quanto ao grande mal praticado por muitas pessoas, inclusive cristãos, que na hora do sofrimento alheio, aproveitam para tripudiar afirmando que o mal foi merecido. Perde-se assim uma grande oportunidade de demonstrar o amor de Deus, em compaixão e respeito pelos que sofrem!

sábado, 5 de agosto de 2017

Uma Vez Salvo, sempre Salvo?

Em textos como Filipenses 1. 6; João 10. 28, 29; I Pedro 1. 5, 9; Jeremias 32. 40 e I João 2. 19 e 3. 9, entre outros, a Bíblia ensina claramente que o verdadeiro crente nunca perde a salvação, e que apostatar significa rejeição final e irreversível ao Senhor, e nada menos que isso, e os que o fazem, nunca foram e nem serão crentes. Todavia, isto não é impedimento à exortação aos que estão dentro da igreja, visto que os tais devem se aperceber que a perseverança é o modo de vida dos salvos (Cf. Lc. 21. 19).
Isto pode ser visto em figura na vida do jovem Davi, logo após ele e seus homens terem livrado a cidade de Queila das mãos dos filisteus (Cf. I Sm 23. 1-16). Conta a passagem que o rei Saul tomou conhecimento da localização de Davi, e vinha para o eliminar. Davi então, consulta a Deus se Saul de fato viria e se os homens da cidade o entregariam àquele rei vingativo. Tendo a resposta afirmativa a ambas as questões, Davi e seus homens saem da cidade antes que Saul chegasse.  Mas, ao ler as profecias anteriores acerca de Davi (I Sm 13. 14; 15. 28; 16. 1 e 12) tem-se a impressão de que mesmo que ele ficasse na cidade, mal nenhum lhe aconteceria, visto estar no plano de Deus torná-lo rei depois de Saul. Todavia, tal pensamento é estranho ao próprio plano de Deus, que dispõe tanto os fins quanto os meios; e o único meio ordenado por Deus para o livramento de Davi era sair o quanto antes daquela cidade. Assim, o plano divino foi cumprido; e Davi veio a se tornar rei de todo o Israel, conforme lhe fora prometido.
Também os afastados são conclamados a voltarem arrependidos ao seio da igreja, e fazendo isto, verão que seu afastamento não foi irreversível, e louvarão a Deus por trazê-los de volta e assim preservá-los da apostasia; pois, do contrário, a mesma palavra que serviria para sua salvação tornar-se-ia em sua sentença de condenação.

É o que vemos também na confissão de fé da Igreja Reformada (Confissão de Fé de Westminster), que desde os seus primórdios, declara a Bíblia como a única regra de fé e de prática, e, desse modo, o fundamento de sua doutrina. Essa doutrina “tem o sentido de que aqueles a quem Deus regenerou e chamou eficazmente para um estado de graça não podem cair, nem total, nem definitivamente, mas certamente perseverarão nele até o fim, e serão salvos para toda a eternidade”. Isto está em pleno acordo com o ensino bíblico (cf. Jo. 10. 27-29, Rm. 8. 38-39 e 11.29, Fp. 1.6, 2 Ts. 3.3, 2 Tm 1.12 e 4. 18, etc). Daí se entender que a perseverança dos santos é resultado do ato preservador de Deus, como escreveu R.C. Sproul: “Perseverança é tanto uma graça, quanto um dever. Devemos lutar com toda a nossa força em nossa caminhada espiritual. Humanamente falando, seria possível apostatar; contudo, enquanto lutamos, devemos olhar para Deus, que está nos preservando. É impossível que Ele deixe de nos preservar. (... ...) [Conforme a palavra de Deus a Jeremias] ‘Farei com eles aliança eterna, segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim (Jr. 32. 40)”.
Assim, não se trata de uma inócua discussão teológica e sim da necessária segurança bíblica de nossa salvação! 

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

A Maldição de Caim e de Canaã era a cor escura da pele?

Disse o SENHOR a Caim: Onde está Abel, teu irmão? Ele respondeu: Não sei; acaso, sou eu tutor de meu irmão? E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue de teu irmão clama da terra a mim. És agora, pois, maldito por sobre a terra, cuja boca se abriu para receber de tuas mãos o sangue de teu irmão. Quando lavrares o solo, não te dará ele a sua força; serás fugitivo e errante pela terra. Então, disse Caim ao SENHOR: É tamanho o meu castigo, que já não posso suportá-lo. Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua presença hei de esconder-me; serei fugitivo e errante pela terra; quem comigo se encontrar me matará. O SENHOR, porém, lhe disse: Assim, qualquer que matar a Caim será vingado sete vezes. E pôs o SENHOR um sinal em Caim para que o não ferisse de morte quem quer que o encontrasse. Gênesis 4.9-15
Neste texto vemos que Caim é amaldiçoado por seu crime hediondo, a ponto de, por ordem de Deus, a terra não mais lhe recompensar o trabalho. Ao ver-se assim, tão odioso, Caim entende que facilmente receberia a violência da parte de quem o encontrasse. Para que ele pudesse viver sem medo ser morto, Deus lhe coloca um sinal. Seria esta marca o escurecimento da pele? A Bíblia não diz isto! Este sinal, que poderia ser qualquer coisa, que de algum modo, despertasse a ideia de que ele não deveria ser punido além do que já fora; foi um modo de preservá-lo do ódio e da vingança das pessoas. Este sinal nada tem a ver com a maldição, pois representava na verdade a misericórdia de Deus preservando a vida de Caim!
E no caso da maldição de Canaã?
Bebendo do vinho, embriagou-se e se pôs nu dentro de sua tenda. Cam, pai de Canaã, vendo a nudez do pai, fê-lo saber, fora, a seus dois irmãos. Então, Sem e Jafé tomaram uma capa, puseram-na sobre os próprios ombros de ambos e, andando de costas, rostos desviados, cobriram a nudez do pai, sem que a vissem. Despertando Noé do seu vinho, soube o que lhe fizera o filho mais moço e disse: Maldito seja Canaã; seja servo dos servos a seus irmãos. Gênesis 9.21-25 
Aqui trata-se de um mal comportamento de Noé e de seu filho do meio, Cam, que se refletiria em triste conseqüência para a sua descendência, conferindo os direitos de primogenitura a seu irmão mais velho Sem e em sequência ao caçula, Jafé. Olhe com atenção e veja que nenhum sinal é dado ali! Assim, devemos reconhecer que relacionar Caim ou Canaã com a cor negra da pele é apenas um modo preconceituoso e vil de tentar justificar biblicamente a escravidão que os europeus impuseram sobre os povos africanos!
Sejamos sensatos, o pecado não tem cor, raça, credo ou sexo definidos. Desde Adão até hoje, ele traz a desgraça sobre toda a humanidade. Contudo, se formos escolher uma cor para figurá-lo, certamente não será a negra. A cor que melhor define o pecado é o vermelho. Não falo aqui dos nossos irmãos indígenas, também conhecidos como “peles vermelhas”; trato sim do vermelho cor de sangue, do sangue humano que é derramado, desde Abel, que manchou as mãos e a alma de Caim, e, por fim se derramando na terra, clama pela justiça de Deus! Trato acerca do sangue de tantos injustiçados que sofreram e ainda sofrem a aflição sob as mãos algozes de alguém que os domina e explora. Falo sim, do sangue que foi arrancado dos israelitas escravizados no Egito, e de todo o sangue que foi derramado na escravidão do Brasil, e do resto do mundo. Sim, olhando por este lado, vermelho seria a melhor cor para representar o pecado! Todavia, aprouve a Deus enviar Seu Filho, Seu único Filho para viver uma vida pura e santa em nosso lugar; e por fim, derramar o Seu sangue, vermelho como o nosso, para o perdão e a salvação de todo aquele que nEle crê!
Que não haja dúvidas: a escravidão, e o racismo e o preconceito que dela derivam, não têm justificativa e, vão contra todo o ensino cristão de amar ao próximo como a si mesmo!!!

domingo, 25 de setembro de 2016

É certo o crente ter compadre?!?

A Paz do Senhor sou Pb Vânio Mateus. Pastor preciso entender mais sobre esse assunto, a questão é se crente ter compadre seria certo, já que a origem do nome não soa muito bem, mas, o que desejo saber é a origem de onde começou ai então posso defender as pessoas e quem sabe ajudá-las a não cair nessa. Se puder ajude-me.

Resposta

Caro irmão presbítero, oro para que tudo esteja bem contigo e que siga cumprindo o mandato do nosso Senhor, com fidelidade e mansidão.

Quanto à sua pergunta sobre os termos “compadre” e “comadre”, realmente são oriundos do catolicismo romano:

Significado de Compadre
s.m. O padrinho de alguém em relação aos seus pais; os pais de quem foi batizado em relação á pessoa que o batizou. 
P.ext. Pessoa muito querida com quem se mantém uma relação afetiva, de amizade.



Acessado em 25/03/2016

Podemos dizer que compadres são aqueles que compartilham os filhos através do batismo com aqueles que passam a ser chamados de “padrinhos” das crianças.

Acerca da nossa visão sobre a figura dos padrinhos no batismo católico romano:

Primeiramente, precisamos deixar claro que a diferença entre os batismos católico romano e evangélico não deve ser buscada tão somente em sua forma de administração, pois, embora grande parte dos evangélicos brasileiros pratique a imersão e não permita o batismo de crianças; há muitas igrejas evangélicas que mantém como bíblicas e válidas a administração do batismo por aspersão ou efusão, tanto a adultos como também aos seus filhos ou crianças sob sua guarda, como se dá entre os Presbiterianos e Metodistas, por exemplo.
Declaro que a vital diferença entre romanos e evangélicos está no conteúdo do batismo, isto é, o que ele representa e a que se destina.
Segundo o pensamento romano, o batismo é “ex oppere operato” isto é, tem poder em si mesmo de conferir a graça da salvação, tornando pagãos em cristãos, anulando assim os efeitos do pecado original, como informa o vaticano:
“Pelo Baptismo todos os pecados são perdoados: o pecado original e todos os pecados pessoais, bem como todas as penas devidas ao pecado. Com efeito, naqueles que foram regenerados, nada resta que os possa impedir de entrar no Reino de Deus: nem o pecado de Adão, nem o pecado pessoal, nem as consequências do pecado, das quais a mais grave é a separação de Deus.”
[...]O Baptismo não somente purifica de todos os pecados, como faz também do neófito «uma nova criatura», um filho adoptivo de Deus, tornado «participante da natureza divina», membro de Cristo e co-herdeiro com Ele, templo do Espírito Santo.
Acessado em 25/03/2016

Estas coisas não são asseguradas, ou não devem ser asseguradas, no batismo evangélico!
Creio que todos os evangélicos concordam que o Batismo é o sinal visível, da graça invisível. Batismo é o rito de ingresso na Igreja Visível de  Jesus Cristo, sem o qual, não se entra para a comunidade visível, dos que professam a fé Cristã. Isto é, pelo batismo aqueles que já são de Cristo através da fé, são recebidos como irmãos na membresia da Igreja  constituída.
Como presbiterianos, assumimos que tanto adultos crentes, como crianças de lares evangélicos, devem ser tidos como irmãos em Cristo e recebam o batismo, pressupondo que sejam, de fato, participantes da Igreja. Contudo, nem das crianças ou dos adultos podemos ter certeza infalível, pois, só Deus sonda os corações. Como vemos no caso de Simão, um dos batizados da jovem igreja cristã em Samaria:
O próprio Simão abraçou a fé; e, tendo sido batizado, acompanhava a Filipe de perto, observando extasiado os sinais e grandes milagres praticados. Vendo, porém, Simão que, pelo fato de imporem os apóstolos as mãos, era concedido o Espírito Santo , ofereceu-lhes dinheiro, propondo: Concedei-me também a mim este poder, para que aquele sobre quem eu impuser as mãos receba o Espírito Santo. Pedro, porém, lhe respondeu: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois julgaste adquirir, por meio dele, o dom de Deus. Atos 8. 13, 18-21.


Além do significado do batismo, há ainda o problema da destinação do mesmo. Infelizmente, os batizados da igreja romana, estão por esta via se unindo a uma comunidade idólatra e descomprometida com a fidelidade a inúmeras outras ordenanças das Escrituras.

É aí que entra o problema da figura dos padrinhos; pois, conforme o ensino romano, além dos pais da criança batizada, os padrinhos são responsáveis por zelar pela permanência da criança na fé romana, de maneira que prossiga submissa àquela igreja e seus dogmas.
Como poderíamos nos submeter a tantos e falsos ensinos romanos?
- Idolatria;
- Mariolatria;
- Reinado papal;
- Sacerdócio restrito ao clero
- Acréscimos às Sagradas Escrituras;
- Proibição do livre exame das Escrituras Sagradas;
- Amuletos e superstições;
- A doutrina do purgatório;
- Intercessão pelos mortos;
- Orações aos mortos;
- Confissões aos padres;
- Adições aos sacramentos bíblicos;
- Desvio de entendimento e função dos verdadeiros sacramentos do Batismo e Eucaristia (Ceia do Senhor)
- Desvirtuamento do sexo no matrimônio;
- Obrigação de celibato aos seus “pastores”;
- Acobertamento de desvios dos mesmos, mediante sucessivas transferências.
- Busca excessiva pelo poder e enriquecimento do Clero Romano.
E tantos outros.

Especialmente por isto afirmamos que não podemos perpetuar esta tradição, porque fazê-lo seria obrigar pessoas convertidas a Cristo à obediência aos velhos erros da igreja romana, através da submissão aos antigos padrinhos.

Deste modo, segundo a viva Palavra de Deus, não há validade alguma para o crente qualquer trato ou juramento religioso que ele tenha feito em seus tempos de ignorância:

“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas”. 2 Coríntios 5:17 

Isto não quer dizer que seja proibido que se tenha em grande consideração aqueles que tanto nos querem bem a ponto de terem se tornado nossos padrinhos, e sim deixar bem claro que não mais estamos debaixo daquelas tradições, buscando de todas as formas amáveis e firmes a que também os chamados “padrinhos” venham a se converter e se entregar às verdades do Evangelho, abandonando assim as mentiras do catolicismo.

Lembremos sempre que nosso Senhor Jesus não apenas nos ordenou o Batismo, como também e principalmente, que obedeçamos e ensinemos a obedecer tudo o que Ele nos ordenou!

Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século. Mateus 28. 18-20.


Entretanto, o termo “compadre” tem uma segunda definição, apresentada no início:
P.ext. Pessoa muito querida com quem se mantém uma relação afetiva, de amizade.

Se esta, e apenas esta, fosse a intenção de quem chama alguém de “compadre” ou “comadre”, não haveria problemas, contanto que ficasse bem claro que não tem nenhuma relação com a primeira definição, à qual temos aqui contestado biblicamente; todavia, devido à associação religiosa, histórica e cultural do termo, considero extremamente arriscado uma pessoa depois que se converteu a Cristo assumir este nome tão comprometido com o catolicismo!

Um forte abraço, e que Deus continue abençoando grandemente sua vida família e ministério!

No temor de Cristo,

Pr. Sandro Márcio 

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Por que não sou como os outros Crentes?

Graça e Paz, Pr. Sandro!

 Amado irmão, eu queria muito que me ajudasse sobre uma questão pessoal que tem me deixado muito triste e abalado. Creio que o senhor é um homem já experiente, que já possui certa bagagem na vida cristã. Preciso muito que me oriente nessa questão.

Eu tenho sentido um vazio muito grande na alma já faz muito tempo. Tenho uma sede muito grande de conhecer a Deus, senti-lo em minha vida, mas parece que a minha procura está sendo em vão a cada dia que passa. Já busquei muito em orações, vigílias e campanhas, mas parece que vejo as outras pessoas sentirem uma presença muito forte que as deixam alegres e contentes, enquanto eu nada. Não sei o que necessariamente devo fazer para sentir essa alegria que vejo estampada no rosto de muitos crentes. Nunca fui um mundano, meu pais já conheciam a verdade antes mesmo de eu nascer e desde pequeno fui instruído nos caminhos do Senhor. Mas um dia aceitei a Cristo de verdade em meu coração e comecei a buscá-lo com toda firmeza. No entanto, não sei o que acontece, sinto-me oco, sem alegria e nem contentamento. Tenho certeza de que meu coração não está nas coisas desse mundo, pois nada dele me interessa. O que eu queria mesmo era ser cheio de Deus como os apóstolos de Cristo e me dedicar completamente ao Senhor. Mas não sei no que preciso mudar. Pode ter certeza  de que tenho a Bíblia como minha única regra de fé e prática.

Sinto-me como um viajante em terra desértica, loco por um poço de água para matar a sede. Muitas almas que se entregam a Cristo passam a testemunharem da vida que tiveram antes de conhecerem a Jesus; falam da transformação que receberam e da alegria que agora invade seus corações. Quando ouço isso fico pensando: “Como é essa alegria e esse prazer que elas sentem”, “O que eu preciso fazer para sentir o mesmo?”. Mas são perguntas lançadas ao vento. Já me derramei aos pés de Jesus pedido perdão até mesmo de pecados ocultos, como fez Davi, mas nada muda. Uma vez uma pessoa me disse que é porque eu nasci em lar cristão. Como eu nunca tive uma vida completamente torta e depravada, ao aceitar a Cristo em minha vida, meu amor por Ele seria menor do que uma pessoa que esteve totalmente mergulhada na corrupção e no engano desse mundo. Diante disso, eu não sentiria essa alegria que é evidente nas outras pessoas. Até citaram Lucas 7.47 para darem respaldo a isso. Isso pode ser verdade, irmão? Se desejar ardentemente a presença de Jesus e seu poder em minha vida não é sinal de amor, não sei o que exatamente o é.

Ficarei muito agradecido se o irmão puder me ajudar em tudo isso. Já conversei com várias pessoas, mas nenhuma dela me ajudou de fato.
Conto com teu apoio. Deus lhe abençoes abundantemente!
Em Cristo... ;)




Resposta:
Boa noite, amado irmão.
É grande a honra de sua confiança com um assunto tão pessoal como este!

Na verdade, muitos crentes (talvez a maioria) passam pelo mesmo problema e vivem sufocados, tentando fazer parecer ter uma vida que não possuem.

Querido irmão, por mais que tentemos jamais poderemos esconder o fato de que não estamos mais nos tempos dos apóstolos e nosso Senhor nos avisou acerca desta diferença quando disse:

“Podem, porventura, jejuar os convidados para o casamento, enquanto o noivo está com eles? Durante o tempo em que estiver presente o noivo, não podem jejuar. Dias virão, contudo, em que lhes será tirado o noivo; e, nesse tempo, jejuarão”. Marcos 2. 19 e 20
“Porque os pobres, sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes”. João 12.8
“Filhinhos, ainda por um pouco estou convosco; buscar-me-eis, e o que eu disse aos judeus também agora vos digo a vós outros: para onde eu vou, vós não podeis ir”. João 13. 33
“Já não falarei muito convosco, porque aí vem o príncipe do mundo; e ele nada tem em mim”. João 14.30

Precisamos ser sinceros, pois, num tempo em que os crentes parecem competir pra saber quem é mais “espiritual” o que mais se vê é  a “espiritualidade vazia” baseada em sensações, euforia e contentamento arrogante, quando não seja uma grosseira representação.

Não digo que seja assim com todos, pois é enorme e verdadeira a alegria do novo convertido, afinal, imagine o que ontem estava na mais completa perdição e hoje encontrou a salvação em Jesus Cristo! Contudo, esta alegria incontida, quase infantil, tende a se desvanecer em meio às lutas diárias onde muitas vezes nosso Senhor parecer se ocultar de nós. Isto não quer dizer que sejamos infelizes, e sim que nossa alegria se manifesta de forma mais madura muito mais dependente do “crer” do que do “sentir”. Sabemos pela Bíblia Sagrada que Cristo está conosco: “E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mateus 28:20). Por isso, aconteça o que acontecer, não podemos nos permitir duvidar de Sua presença!
É claro que há momentos em que o Senhor, segundo a Sua vontade, nos socorre e até nos dá maiores evidências de sua Glória, mas, isto não pode ser produzido por meios humanos e nem por chantagem emocional, é Ele quem sabe como deve agir com cada um de seus servos, e para cada um Deus tem uma história diferente!
Repare em sua Bíblia que após o livro de Atos, não há nenhum caso de crentes buscando o batismo do Espírito Santo, pois, depois da concretização da Igreja na Terra, na evidência da vinda do Espírito em Jerusalém (Pentecostes), Samaria (ministério de Felipe e dos apóstolos) e aos confins da terra, com Pedro e Paulo, todos os demais crentes são exortados nas cartas do Novo Testamento como tendo já sido batizados com o Espírito Santo:
“Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele”.  Romanos 8.9
Assim o que a Bíblia exorta aos crentes não é que busquem o batismo do Espírito Santo e sim a Plenitude do Espírito:
“Enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo”. Efésios 5. 18-21

E, como podemos ver, isto se dá não numa experiência transcendental e sim numa vida diária de leitura da Bíblia, oração e bom testemunho em casa e demais lugares (leia os versículos e capítulos seguintes de Efésios e comprove isto).

Não é sem propósito que o Espírito Santo é chamado de Consolador, pois, segundo o Senhor: “o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito”. João 14.26

Pessoalmente, posso dizer que poucas vezes tive sensações intensas da presença de Deus e as guardo com doce lembrança, mas lhe digo que não são por elas que me guio e sim pela única e infalível certeza que vem da Bíblia Sagrada.

Lembremos que ontem, hoje e sempre “O Justo viverá pela fé”. Nossa indizível alegria não deve se basear em sentimentos ou experiências místicas, (aconteçam ou não) e sim na certeza de que é verdade tudo o que a Palavra de Deus diz acerca do que Ele fez por nós:
“Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, —pela graça sois salvos, e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus; para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas”. Efésios 2. 1-10
E
“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia”. I Pedro 2. 9-10.
E ainda,
“Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo; a quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória, obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma”. I Pedro 1. 6-9

E tome cuidado com aqueles que querem parecer muito espirituais, nós temos a carta inteira de I Coríntios para nos alertar acerca deste tipo de gente!

Que Deus o ilumine, amado de meu Deus!!!
No temor de Cristo,

Pr. Sandro Márcio

quinta-feira, 12 de março de 2015

E se, os judeus tivessem aceitado Jesus como o Messias?


Amado irmão, o que aconteceria se ao invés dos judeus terem rejeitado Jesus colocassem-no num trono? Ele estabeleceria seu reino naquela época? Às vezes fico confuso quanto a isso, pois numa hora a Bíblia mostra claramente Jesus tentando se identificar com a profecias bíblicas apontadas para ele (mesmo assim foi rejeitado pelos seus), mas em outra parte, ela nos revela que o próprio Deus endureceu o coração dos judeus para que não reconhecessem Jesus como o Messias prometido, como entender isso? Entendo que o endurecimento veio da parte Deus para que o evangelho chegasse aos gentios. Sei que a Bíblia não se contradiz, mas e se os judeus tivessem reconhecido Jesus?
 
 
Aguardo ansioso a sua resposta! Desde já, obrigado!!
 
 
Boa noite, amado irmão, tudo bem contigo?
Quanto à sua questão, posso lhe dizer que, para Deus, não há “SE”, pois, toda a Sua vontade soberana, impreterivelmente se realizará; como disse Jó ao SENHOR:  “Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado” (Jó 42.2) e também afirmou o apóstolo Paulo:  “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou” (Romanos 8.28-30).
Para nós, em nosso entendimento humano e limitado, existem condicionais, probabilidades e possibilidades; contudo, ao contemplarmos a Soberania de Deus, vemos que tudo, exatamente tudo ocorre sob o seu divino querer e controle.
Não era a vontade de Jesus reinar em Israel na sua primeira vinda, como vemos em João 6.15: “Sabendo, pois, Jesus que estavam para vir com o intuito de arrebatá-lo para o proclamarem rei, retirou-se novamente, sozinho, para o monte”. Jesus veio para reinar e está reinando espiritualmente no coração daqueles que nEle crêem, como Ele explica em sua conversa com Pilatos:
“Tornou Pilatos a entrar no pretório, chamou Jesus e perguntou-lhe: És tu o rei dos judeus?
Respondeu Jesus: Vem de ti mesmo esta pergunta ou to disseram outros a meu respeito? Replicou Pilatos: Porventura, sou judeu? A tua própria gente e os principais sacerdotes é que te entregaram a mim. Que fizeste? Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui. Então, lhe disse Pilatos: Logo, tu és rei? Respondeu Jesus: Tu dizes que sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz” (João 18.33-37).
 
Infelizmente, muitos ainda pensam que Jesus não foi totalmente bem-sucedido em Sua primeira vinda, pois os judeus não o receberam, e não entendem que essa rejeição não somente foi prevista como ordenada para que pela cruz os crentes fossem salvos. Jesus não veio nos dar a possibilidade de sermos salvos e sim para salvar, de fato, aqueles que nEle crêem os quais o Pai preparou e Lhe concedeu, como disse nosso Senhor: “É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus. Quando eu estava com eles, guardava-os no teu nome, que me deste, e protegi-os, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura. Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste (João 17. 9; 12; 20 e 21).
 
Mas, o que dizer de João 3.16: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” ? Este texto não diz que Deus enviou Jesus para salvar a todas as pessoas do mundo e sim que Deus, por Seu amor, enviando Jesus havia de salvar as pessoas de todo o mundo que cressem em Seu Filho, mostrando que o amor de Deus não está restrito a Israel, mas se estende às pessoas de todo o mundo que Ele haveria de salvar pela fé em Cristo.
 
Deste modo, não havia a menor possibilidade de Jesus ser aceito pela maioria dos judeus e reinar fisicamente em Jerusalém em Sua primeira vinda, pois, se isso acontecesse não haveria cruz e nem salvação da humanidade. Lembremos das palavras do SENHOR: “Agora, está angustiada a minha alma, e que direi eu? Pai, salva-me desta hora? Mas precisamente com este propósito vim para esta hora” (João 12.27).
 
O apóstolo Pedro nos esclarece a esse respeito quando diz aos judeus presentes em Jerusalém, por ocasião do Pentecostes: “Varões israelitas, atendei a estas palavras: Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus diante de vós com milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus realizou por intermédio dele entre vós, como vós mesmos sabeis; sendo este entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos” (Atos 2., 22 e 23).
 
Espero tê-lo ajudado!
 
Um forte abraço,
 
Pr. Sandro Márcio  





Ps.
Em Sua primeira vinda nosso Senhor Jesus veio em sacrifício e humilhação, mas, Ele voltará em Poder e Glória e assim cumprirá cabalmente todas as profecias concernentes ao Seu Reino Eterno.
 
“Aquele que dá testemunho destas coisas diz: Certamente, venho sem demora. Amém! Vem, Senhor Jesus! A graça do Senhor Jesus seja com todos”. Apocalipse 22. 20 e 21
 

terça-feira, 5 de agosto de 2014

O Novo Testamento Aboliu o Dízimo?

Ola pastor boa noite, eu vi que em seu comentário, o senhor deu bastante enfase ao uso do dizimo na resolução dos problemas financeiro de uma igreja.Sendo assim, resolvi compartilhar um pensamento e gostaria que o senhor comentasse por favor.
A palavra dizimo encontrado pela Primeira vez na Bíblia em (Gn 14) significa colheita, ou seifa é que foi uma atitude voluntária, quando depois de uma guerra, Abraão ofereceu a um sacerdote chamado Melquisedeque, Jacó, seu neto, também comprometeu-se voluntariamente a dar dízimos, esse dízimo nunca foi dinheiro e sim cereais, sendo este totalmente diferente do preceito religioso estabelecido na ordem levítica da lei de Moisés que pela sua lei o Dízimo significa a décima parte de algo, paga voluntariamente ou através de taxa ou imposto, para ajudar organizações religiosas judaicas segundo a Lei de Moises (Lv 27, 30, 32) (Malaquias 3:10) (Hb 7:5). Segundo ordem levitica dizimo era dado exclusivamente aos levitas (1 Cr 15:2) (Hb 7.5), (Hb 7.11) 
Seu início se deu porque dentre as 12 tribos de Israel, a mais pobre era a tribo de Levi, então as tribos mais prosperas deveriam repartir mantimentos com a tribo menos favorecida justamente porque elas tinham colheitas em abundancia e não necessitavam de tantos mantimentos, guardar tudo para elas mesmas significaria acumular tesouro o que é terminantemente proibido por Deus, a tribo de Levi por sua vez também ofertava a viúvas órfãos e necessitados (Dt 26:12) repartiam com os estrangeiros, já que Israel no passado também já foi estrangeira, significando assim amor ao próximo, lá, benção era chuva para a colheita, maldição era seca, o devorador eram os gafanhotos, tudo isso definitivamente nada tem a ver a associação do devorador com o demônio nem benção com prosperidade financeira, como ensina o sistema religioso de hoje, em toda a bíblia não existe uma única citação que ampare essa afirmação. Segundo a LEI apenas os LEVITAS poderiam recolher o dizimo.
Os lideres religiosos de hoje que recolhem o dizimo, não são da tribo de Levi, não são Judeus e não fazem parte da Lei de Moisés. Este costume existiu de Abraão, até Levi (Hb 7:9), nessa passagem Paulo explica que, o dizimo termina em Levi e por ser Cristo sacerdote segundo a Ordem de Melquisedec, este ab-rogou (aboliu) o sacerdócio levítico com todas as suas as leis, dízimos e costumes, conforme narra Paulo na carta endereçada aos Hebreus (Hb 7, 1 - 28). Paulo arremata: "Com efeito, mudado que seja o sacerdócio, é necessário que se mude também a lei" (Hb 7.12). E ainda: "O mandamento precedente é, na verdade, ab-rogado pela sua fraqueza e inutilidade" (Hb 7, 18). OBS: SACERDOTE SÃO (LÍDERES RELIGIOSOS DA TRIBO DE LEVI) e mais, Quem entende que a o velho testamento e seus preceitos foram abolido por Cristo segundo o Apostolo Paulo (2 Co 3:14), apóia o uso do dizimo, citando a passagem do Novo Testamento onde Jesus critica os Escribas e Fariseus que lembram apenas do dizimo e esqueciam os outros preceitos da lei (Mt 23:23), sabemos que segundo a lei de Móisés do antigo testamento, aqueles dois homens que Jesus criticou, eram obrigados a dar o dizimo, o cominho e hortelã porque eram Judeus e ainda estavam sobre o manto da lei de Moisés e não da graça, que tem seu inicio com a morte de Jesus “ Esta consumado” naquele momento Cristo adentrou a nova aliança da graça, que estamos hoje, e neste contexto Jesus está dando uma bronca no pessoal que só lembrava do dízimo e esqueciam se dos outros preceitos da Lei, definitivamente ele não está orientando aos Gentios (nós) a praticar o preceito do dízimo. Cristo e seus discípulos jamais orientaram, permanecêssemos no preceito do dizimo, das coisas do dizimo a única que Jesus preservou é a caridade ajudar o necessitado ou seja ofertar ao próximo. (Is 1:17), (Tg 1:27). 

Resposta:
Boa noite, amado irmão!
Inicialmente quero agradecer por seu comentário e a oportunidade que me dá para falar mais sobre este importante assunto. Afinal, o cristão deve dar o dízimo ou é apenas uma ordenança restrita ao povo de Deus do Velho Testamento?
Creio que o dízimo é um referencial dado por Deus na Bíblia Sagrada para manutenção de sua igreja e, a esse respeito, é o mínimo que se espera de cada cristão. O Novo Testamento não eliminou a ordenança, mas deu o real sentido a ela, salientando o amor, a gratidão e a liberalidade deste ato.
Pretendo mostrar a base bíblica desta posição. 

1. A palavra Dízimo no Antigo e Novo Testamentos:
Caro irmão, a palavra dízimo, tanto no Antigo Testamento (hebraico: maasher) como no Novo Testamento (grego = dekáte) não significa colheita, como você sugeriu, e sim a décima parte de alguma coisa. Isto pode ser facilmente confirmado nos livros: Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento e Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, no verbete “dízimo” (ed. Vida Nova).
É claro que numa cultura agrícola, como era a de Israel, o fruto da terra estava em maior evidência, mas também contava com a cooperação da criação de gado e os despojos de guerra. Por isso quando em Gênesis 14.20, lemos que Abrão deu o dízimo de tudo quanto tinha, não temos como excluir a possibilidade de que o “tudo” estivesse também englobando valores em dinheiro, ouro e jóias.
Quando chegamos ao tempo da lei, é claramente dada a instrução de que se podia dar o dízimo da produção da terra e do gado em dinheiro; contudo, para que não houvesse perda ou desvalorização deveria ser acrescentada ainda uma quinta parte ao montante oferecido (Levítico 27.31).
   

2. A antiguidade e validade da prática:
Outra coisa que precisa ser considerada é a questão da antiguidade da prática do dízimo, que precede à lei de Moisés e ao sacerdócio Aarônico. O dízimo nos é apresentado justamente no exercício sacerdotal de Melquisedeque (Gênsis 14.20); que em Hebreus é dado como tipo do sacerdócio de Cristo, e por isso superior ao da Lei mosaica. O autor aos Hebreus (que alguns dizem ser Paulo, mas ninguém sabe ao certo quem é) vê com clareza esta superioridade a ponto de nos dizer que os levitas lhe pagaram o dízimo, através de seu ancestral Abraão, e que a ordem sacerdotal de Arão é passageira e a de Melquisedeque é eterna (Conforme Hebreus 7).
Uma coisa não é abolida, tão somente por estar no Antigo Testamento e sim quando é claramente rejeitada no Novo, e isto, não podemos afirmar em relação aos dízimos!
Mencionar a prática do dízimo por Abrão a Melquisedeque, em nada enfraquece
sua observância em nossos dias, muito pelo contrário.

3. O dízimo e a tribo de Levi:
Também há um problema em sua afirmação de que o dízimo seria entregue aos levitas, por serem da tribo mais pobre de Israel.
Devemos ver na separação de Israel administrativa e territorialmente em tribos, Deus ordenando que a tribo de Levi não tenha porção de terra separada, e sim que os levitas vivam nas cidades de Israel, para que ministrem da parte do Senhor ao Seu povo. Os levitas não recebiam os dízimos por serem pobres e sim por serem da tribo separada para a direção do culto ao Deus Todo-Poderoso e instrução de Seu povo. A eles cabia o cuidado com o serviço eclesiástico e também o amparo aos carentes; como este cuidado ainda se faz necessário na igreja atual; acredito que os dízimos ainda sejam um referencial adequado.

4. A repreensão de Deus ao Seu povo, registrada em Malaquias 3.
Quando lemos acerca da ira de Deus contra seu povo que o roubava no que dizia respeito aos dízimos e ofertas, como você bem considerou, não precisamos falar de demônios, pois os gafanhotos eram uma tragédia real em Israel, que não tinha porque ser espiritualizada. Deus é soberano para usar todos os meios que queira para punir a infidelidade de Seu povo. 
Para quem está em desobediência a Deus, o demônio se torna um problema pequeno; “horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo!” Hebreus 10.31.

5. O dízimo, Jesus e os fariseus:

Nos evangelhos, quando Jesus repreende os fariseus por sua hipócrita observância nos dízimos, jejuns e esmolas, não está de modo algum desobrigando dessas importantes práticas e sim mostrando que estão entre as mais básicas, que nunca podem ser exercidas sem justiça, misericórdia e fé.
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!” Mateus 23.23

6. A manutenção da Igreja Primitiva
Porém, se observarmos a prática da Igreja Primitiva, não encontraremos lá nenhuma menção ao dízimo; pelo simples fato de que eles já davam tudo o que possuíam, indo muito além do dízimo.
Da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum. Com grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça. Pois nenhum necessitado havia entre eles, porquanto os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes e depositavam aos pés dos apóstolos; então, se distribuía a qualquer um à medida que alguém tinha necessidade. Atos 4. 32-35
Infelizmente Ananias e Safira confundiram as coisas e decidiram não dar tudo e apenas parecer que estavam dando (não nos lembra a hipocrisia dos fariseus?), no que foram repreendidos por Pedro e castigados por Deus.
Através do exemplo da Igreja Primitiva não vemos a abolição do dízimo, e sim a disposição de irmos muito além dele. O que em nada contraria a observância dos dízimos e das ofertas.
Eu não faço questão alguma de falar de dízimo a qualquer igreja que vá além dele; o problema é que a grande maioria dos que lutam contra esta ordenança, o faz justamente para oferecer menos ao Senhor e à Sua Igreja.
Entretanto, para aqueles que vão além da ordenança do dízimo, doando seus bens liberalmente a Deus e à Sua Igreja, não há o que dizer senão que Deus os abençoe e os mantenha assim!


6. Porque ensinar a prática do dízimo e não deixar à espontaneidade de cada crente
Aqueles que não aceitam a prática do dízimo apelam para a espontaneidade da oferta, pois Deus ama a quem dá com alegria. Contudo, quem disse que a prática do dízimo deva ser feita de má vontade? Mesmo no tempo da Lei, podemos ver a alegria do povo fiel e agradecido trazendo seus dízimos e ofertas à Casa do Senhor, e o desgosto de Deus quando não foi assim.
O grande problema é que se não ensinarmos a importância dos dízimos e ofertas na manutenção do serviço a Deus, teremos o que vemos amiúde, uns poucos irmãos fazendo das tripas coração para sustentarem a igreja, com cantinas, quermesses, bazares, etc, enquanto a maioria entrega apenas esmolas para a igreja, ou vivem da memória do dia que deram um valor maior.

7. Quem deve dar o dízimo?
Não podemos esquecer que dízimo é um referencial justo que confere proporcional igualdade no compromisso de todos os fiéis, e juntamente com as ofertas são demonstrações de fé e confiança em Deus, coisa muito normal de se esperar dos crentes, batizados e professos, publicamente comprometidos com a obra de Deus.
Todavia, é coisa estranha o desespero de muitos pastores em cobrar ofertas dos visitantes da igreja, e muitas vezes até sob ameaças de demônios ou ofertas de seguro retorno financeiro, esquecendo-se de que de nada vale trazer dinheiro à igreja, sem que primeiro se tenha entregado o coração ao Senhor Jesus.
É certo que não rejeitamos a oferta de quem quer que seja, contudo, não podemos mercadejar o Evangelho usando semelhantes expedientes.

De um lado, sou contra o constrangimento que alguns líderes tem feito aos irmãos. Penso que o ensino deve ser dado em geral, numa orientação aos crentes, mas não cabe a nós fiscalizar a vida dos irmãos, pois a observância do dízimo é de foro íntimo e cada um é responsável diante de Deus e de mais ninguém.

Por outro lado, entendo que convém aos líderes da igreja, pastores, presbíteros e diáconos, que sejam dizimistas, devendo ser cobrados a esse respeito, pois não há a menor coerência receberem os dízimos dos irmãos com o fim de aplicá-los na obra de Deus, se eles mesmos não dão o exemplo.

Vemos assim que ser dizimista é uma alegria dos crentes de todos os tempos, antes e depois do período da Lei; mas é apenas uma pequena parte de nosso compromisso com Deus, parte esta que não deve ser esquecida, e não exclui as demais obrigações. Quem dá o dízimo, reconhece que é Deus quem o sustenta, e demonstra que crê na certeza de que sempre será assim. Não somos nós que administramos o uso do nosso dízimo, ou escolhemos distribuí-lo como melhor nos pareça, mas, cabe ao Conselho da Igreja a fidelidade no bom destino deste dinheiro, da mesma forma como cabe a nós o dever de trazê-los à igreja. Não há uma cobrança individual para que você “pague o dízimo”, mas é a sua consciência que responde diante do mandamento de Deus. Não se trata de “comprar bênçãos”, muito menos a salvação e sim de amar a Deus e a Sua casa, trabalhando e contribuindo  para o progresso do Evangelho, manutenção do culto a Deus e amparo aos necessitados.        


Muito obrigado por sua pergunta, amado irmão; espero tê-lo ajudado com essa resposta.

Que Deus lhe abençoe, hoje e sempre!


Pr. Sandro Márcio

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Como o Pai enviou o Filho, se os dois são a mesma Pessoa?

Porque Deus amou o mundo de tal maneira que enviou seu Filho unigênito.
Pastor, como pode o Pai enviar o Filho, sendo que o Pai é o Filho e o Filho se refere ao Pai?
Me esclareça essa questão, pastor.
Sou novo convertido e ainda não tive oportunidade de perguntar ao meu pastor.
Obrigado!
Francisco Gomes

RESPOSTA  DO PASTOR SANDRO 
Bom dia, querido irmão!
Me desculpe a demora em lhe responder, tive a semana bastante difícil, mas, graças a Deus pude lhe escrever agora!

Quanto à sua questão, devo lhe dizer que o Pai, o Filho e o Espírito Santo SÃO O MESMO E ÚNICO DEUS, MAS NÃO SÃO A MESMA PESSOA!

Calma, vamos falar mais sobre isto:
Precisamos lembrar que não estamos falando acerca de uma criatura e sim do Ser de Deus.

Verdadeiramente, tu és Deus misterioso, ó Deus de Israel, ó Salvador. Isaías 45.15
Em se tratando de criaturas, naturalmente, podemos dizer que cada pessoa é um ser e cada ser não pode se identificar como mais do que uma pessoa, seja homem, mulher, demônio ou anjo.
Já, falando do Ser de Deus, tudo o que sabemos é o que Ele nos revelou sobre Si, isto é, por meio de Sua Palavra, a Bíblia Sagrada.
Diz a Bíblia que só existe um Deus e que prestar culto ou adoração a qualquer outro ser é vã idolatria, ofensiva ao Todo-Poderoso.
Assim diz o SENHOR, Rei de Israel, seu Redentor, o SENHOR dos Exércitos: Eu sou o primeiro e eu sou o último, e além de mim não há Deus. Isaías 44.6
Êxodo 34:14  (porque não adorarás outro deus; pois o nome do SENHOR é Zeloso; sim, Deus zeloso é ele);
2 Reis 17:35  Ora, o SENHOR tinha feito aliança com eles e lhes ordenara, dizendo: Não temereis outros deuses, nem vos prostrareis diante deles, nem os servireis, nem lhes oferecereis sacrifícios;
2 Reis 17:36  mas ao SENHOR, que vos fez subir da terra do Egito com grande poder e com braço estendido, a ele temereis, e a ele vos prostrareis, e a ele oferecereis sacrifícios.
Deste modo, na Bíblia, qualquer ser, homem ou anjo, que se busque adorar, logo é repudiado com veemência:
Aconteceu que, indo Pedro a entrar, lhe saiu Cornélio ao encontro e, prostrando-se-lhe aos pés, o adorou.  Mas Pedro o levantou, dizendo: Ergue-te, que eu também sou homem. Atos 10. 25,26.
Atos 14.
12  A Barnabé chamavam Júpiter, e a Paulo, Mercúrio, porque era este o principal portador da palavra.
13  O sacerdote de Júpiter, cujo templo estava em frente da cidade, trazendo para junto das portas touros e grinaldas, queria sacrificar juntamente com as multidões.
14  Porém, ouvindo isto, os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgando as suas vestes, saltaram para o meio da multidão, clamando:
15  Senhores, por que fazeis isto? Nós também somos homens como vós, sujeitos aos mesmos sentimentos, e vos anunciamos o evangelho para que destas coisas vãs vos convertais ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que há neles;
16  o qual, nas gerações passadas, permitiu que todos os povos andassem nos seus próprios caminhos;
17  contudo, não se deixou ficar sem testemunho de si mesmo, fazendo o bem, dando-vos do céu chuvas e estações frutíferas, enchendo o vosso coração de fartura e de alegria.
18  Dizendo isto, foi ainda com dificuldade que impediram as multidões de lhes oferecerem sacrifícios.
Apocalipse 19:10  Prostrei-me ante os seus pés para adorá-lo. Ele, porém, me disse: Vê, não faças isso; sou conservo teu e dos teus irmãos que mantêm o testemunho de Jesus; adora a Deus. Pois o testemunho de Jesus é o espírito da profecia.

Contudo, acerca de Jesus, nós o encontramos, desde o seu nascimento, recebendo com naturalidade a adoração das pessoas, e até de anjos e demônios:

Mateus 2:2  E perguntavam: Onde está o recém-nascido Rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo.
Mateus 2:11  Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra.
7  Portanto, se prostrado me adorares, toda será tua.
8  Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele darás culto.
Mateus 8:2  E eis que um leproso, tendo-se aproximado, adorou-o, dizendo: Senhor, se quiseres, podes purificar-me.
Mateus 9:18 ¶ Enquanto estas coisas lhes dizia, eis que um chefe, aproximando-se, o adorou e disse: Minha filha faleceu agora mesmo; mas vem, impõe a mão sobre ela, e viverá.
Mateus 14:33  E os que estavam no barco o adoraram, dizendo: Verdadeiramente és Filho de Deus!
Mateus 15:25  Ela, porém, veio e o adorou, dizendo: Senhor, socorre-me!
Mateus 20:20 ¶ Então, se chegou a ele a mulher de Zebedeu, com seus filhos, e, adorando-o, pediu-lhe um favor.
Mateus 28:9  E eis que Jesus veio ao encontro delas e disse: Salve! E elas, aproximando-se, abraçaram-lhe os pés e o adoraram.
João 9:38  Então, afirmou ele: Creio, Senhor; e o adorou.
Hebreus 1:6  E, novamente, ao introduzir o Primogênito no mundo, diz: E todos os anjos de Deus o adorem.

Também nos aponta a Palavra de Deus o Espírito Santo, como Deus, enviado pelo Pai e pelo Filho para consolar, capacitar e orientar a Igreja Cristã.
João 14.
16  E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco,
17  o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós.
26  mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.
João 16.
7 Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei.
8  Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo:
9  do pecado, porque não crêem em mim;
10  da justiça, porque vou para o Pai, e não me vereis mais;
11  do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado.
12  Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora;
13  quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir.
14  Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.
15  Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso é que vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.

Em alguns momentos na Bíblia, vemos estas três pessoas distintamente se relacionando entre si.
Gênesis
1 ¶ No princípio, criou Deus os céus e a terra.
2  A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas.
3 ¶ Disse Deus: Haja luz; e houve luz.
João 1.
1 ¶ No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
2  Ele estava no princípio com Deus.
3  Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.
14  E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.
João 1.
16  Porque todos nós temos recebido da sua plenitude e graça sobre graça.
17  Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo.
18  Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou.
Mateus 3.
16  Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele.
17  E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.

Sendo assim, que existe um único Deus e essas TRÊS PESSOAS DISTINTAS são apontadas como Deus, e relacionam-se entre si, a única conclusão possível é que não há três deuses, nem tampouco três manifestações  temporais de Deus e sim que o único Ser de Deus é composto de três pessoas distintas, iguais em eternidade, poder, sabedoria e santidade, coexistindo e se relacionando em plena harmonia, distribuindo, segundo o conselho da Sua vontade as funções a serem exercidas na história da redenção.
Então, o Pai não morre, mas envia o Filho para morrer por nós; e, após a ascensão de Cristo, o Pai e o Filho enviam o Santo Espírito para nosso bem!
Alguns tentam explicar a natureza de Deus de diversas formas: os estados da água, os ramos da árvore, as uvas de um cacho, mas, todas as explicações são deficitárias, pois nada nesse mundo pode ser comparado ao nosso Deus. Cremos que assim é porque assim Ele se revelou a nós!

Sei que o tema é difícil, mas, o que esperar, se mal conseguimos compreender a nossa própria natureza humana; quanto mais entender nitidamente o Ser de Deus?

Resta-nos aceitar a revelação que Deus faz de si mesmo nas Escrituras.
Mas, talvez tão ou ainda mais incompreensível do que o Ser de Deus seja o grande amor que Ele tem por criaturas tão defeituosas e pecadoras, a ponto de enviar Seu amado Filho para morrer por nós!

Se de algum modo eu pude ajudá-lo foi uma honra para mim!
Um forte abraço,
Em Cristo,
Pr. Sandro Márcio
(Ps. Me responda o que achou da resposta e me diga se permite que eu a publique em meu blog).

Resposta do Leitor
Meu amado Pastor, Ungido do Senhor, Bom dia!
Obrigado por ter dispensado uma parte do seu precioso tempo para me dá atenção. Quero lhe dizer que as suas palavras foram muito claras, esclarecedoras, de fácil entendimento e muito proveitosas. Agora meu Espírito está calmo, para a glória do nosso único Salvador Jesus Cristo.
Um forte abraço e fique na paz do nosso Senhor Jesus Cristo.
Francisco Gomes da Silva

Boa tarde, amado pastor!
Esqueci de autorizá-lo a publicar sua resposta em seu blog. Sim pastor, sei que muitas pessoas que também têm essa dúvida, serão esclarecidas.
Mais uma vez, obrigado!
Francisco Gomes da Silva