Espaço reservado à reflexão sobre questões que nos incomodam e nem sempre tivemos com quem nos aconselhar. Reflete a opinião de quem, embora não seja dono da verdade, se esforça por ser um servo fiel dela. Existe algo que sempre o incomodou e que ainda não encontrou resposta satisfatória? Este é o seu espaço, você poderá perguntar o que quiser e eu lhe direi o que penso, embasado na Bíblia Sagrada. Trazer-lhe a Palavra de Deus e tirar a sua dúvida, ajudando-o (a) a refletir acerca de seu dia-a-dia é o que mais desejo. Você pode usar o espaço "comentários" para enviar suas perguntas ou, se preferir, mande-as via e-mail: pr.sandromarcio@hotmail.com e aguarde a publicação da resposta no blog.
Que Deus nos ajude!

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Divórcio e Novo Casamento

Boa Noite!
Pastor, preciso tirar uma dúvida a respeito do novo casamento.
Já li e reli vários estudos e opiniões a respeito do novo casamento e vejo que pela biblia  quem contrai um novo casamento a não ser por traição. Comete Adultério.
A minha dúvida é que a biblia também fala que os Adúlteros não herdarão o reino dos céus. Por isso gostaria de saber, quem está nessa situação de um novo casamento perde a salvação? Não há mais esperança para quem esta em uma situação assim?
Apesar da pergunta não estou nessa situação de um novo casamento.
Peço gentileza caso poste minha pergunta no Blog não revelar o meu sobrenome.
Aguardo seu retorno
Abraços

Querido (a) irmão (ã),
A Bíblia Sagrada nos ensina que

O plano de Deus para o casamento é que ele dure até a morte.

I Coríntios 7.39  A mulher está ligada enquanto vive o marido; contudo, se falecer o marido, fica livre para casar com quem quiser, mas somente no Senhor.

Contudo, pela dureza dos corações Deus permitiu o divórcio.

Mateus 19. 8  Respondeu-lhes Jesus: Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossa mulher; entretanto, não foi assim desde o princípio.

Em caso de divórcio, os únicos motivos que permitem o novo casamento para a parte inocente, são o adultério e o abandono obstinado.

Mateus 5.32  Eu, porém, vos digo: qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete adultério.
I Coríntios 7.15  Mas, se o descrente quiser apartar-se, que se aparte; em tais casos, não fica sujeito à servidão nem o irmão, nem a irmã; Deus vos tem chamado à paz.


Este é o entendimento da Igreja Presbiteriana do Brasil (e também o meu), conforme expresso na Confissão de Fé de Westminster:

Posto que a corrupção do homem seja tal que o incline a procurar argumentos a fim de indevidamente separar aqueles que Deus uniu em matrimônio, contudo só é causa suficiente para dissolver os laços do matrimônio o adultério ou uma deserção tão obstinada que não possa ser remediada nem pela Igreja nem pelo magistrado civil; para a dissolução do matrimônio é necessário haver um processo público e regular. não se devendo deixar ao arbítrio e discrição das partes o decidirem seu próprio caso. Cap. XXIV, VI.

- Pessoalmente, creio que a agressão e a violência doméstica possam ser contadas entre os justos motivos de dissolução do casamento; pois, bem se enquadram na classe de abandono que impede a paz; porém, essa opinião não é compartilhada por todos.

Aos demais casos em que haja divórcio, a Bíblia recomenda a castidade ou o retorno ao cônjuge.

I Coríntios 7.10 e 11 Ora, aos casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido (se, porém, ela vier a separar-se, que não se case ou que se reconcilie com seu marido); e que o marido não se aparte de sua mulher.

Mas, o que dizer de pessoas que se divorciaram por quaisquer motivos, antes de se converterem?
Creio que cabe a solução bíblica:

2 Coríntios 5:17 E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.

E quanto àqueles que não são as partes fiéis, ou que se casaram sem o consentimento bíblico; estarão todos em pecado perpétuo, condenados e sem perdão?

De fato, quem não for viúvo e se casou novamente, não sendo em caso de adultério ou abandono obstinado, desobedeceu a ordem de Deus.
Romanos 7.3  De sorte que será considerada adúltera se, vivendo ainda o marido, unir-se com outro homem; porém, se morrer o marido, estará livre da lei e não será adúltera se contrair novas núpcias.

E a Bíblia assegura que os adúlteros, entre outros, não herdarão o reino dos céus:
1 Coríntios 6:9 ¶ Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus.

Hebreus 13:4  Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros.

Todavia,  não sejamos injustos de condenar pessoas ainda vivas ao inferno, pois, sempre há lugar para o arrependimento.
Como lemos na continuação do texto mencionado de I Coríntios 6.9e 10.
1 Coríntios 6:11  Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus.

De acordo com Jesus, o único pecado, para o qual não há perdão é a blasfêmia contra o Espírito Santo:
Mateus 12:31  Por isso, vos declaro: todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada.

Para os demais pecados a Palavra de Deus oferece perdão através de Jesus Cristo, mediante o arrependimento:

Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro. I João 2. 1 e 2

Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. I João 1.9

Daí a pergunta:
Deve aquele que está casado segunda vez abandonar a nova esposa, como prova de arrependimento?

Penso que não, pois, não se conserta um erro cometendo outro, uma vez que se desfará mais uma família!

Temos o exemplo do adúltero Davi, que tendo se arrependido, manteve sua nova mulher, Bate-Seba e, após a morte do primeiro filho, com a bênção de Deus, tiveram a Salomão (futuro rei de Israel), ao mesmo tempo em que sofriam as conseqüências humanas e sociais pelos seus pecados.
Conforme II Samuel Caps. 11-19 e Salmo 51.

Insiro abaixo o texto da Confissão de Fé de Westminster sobre esse tema:

CAPÍTULO XXIV
DO MATRIMÔNIO E DO DIVÓRCIO
I. O casamento deve ser entre um homem e uma mulher; ao homem não é licito ter mais de uma mulher nem à mulher mais de um marido, ao mesmo tempo.
Ref. Gen. 2:24; Mat. 19:4-6; Rom. 7:3.
II. O matrimônio foi ordenado para o mútuo auxílio de marido e mulher, para a propagação da raça humana por uma sucessão legítima e da Igreja por uma semente santa, e para impedir a impureza.
Ref. Gen. 2:18, e 9:1; Mal.2:15; I Cor. 7:2,9.
III. A todos os que são capazes de dar um consentimento ajuizado, é lícito casar; mas é dever dos cristãos casar somente no Senhor; portanto, os que professam a verdadeira religião reformada não devem casar-se com infiéis, papistas ou outros idólatras; nem devem os piedosos prender-se desigualmente pelo jugo do casamento aos que são notoriamente ímpios em suas vidas ou que mantém heresias perniciosas.
Ref. Heb. 13:4; I Tim. 4:3; Gen.24:57-58; I Cor. 7:39; II Cor. 6:14.
IV. Não devem casar-se as pessoas entre as quais existem os graus de consangüinidade ou afinidade proibidos na palavra de Deus, tais casamentos incestuosos jamais poderão tornar-se lícitos pelas leis humanas ou consentimento das partes, de modo a poderem coabitar como marido e mulher.
Ref. I Cor. 5:1; Mar. 6:18; Lev. 18:24, 28.
V. O adultério ou fornicação cometida depois de um contrato, sendo descoberto antes do casamento, dá à parte inocente justo motivo de dissolver o contrato; no caso de adultério depois do casamento, à parte inocente é lícito propor divórcio, e depois de obter o divórcio casar com outrem, como se a parte infiel fosse morta.
Ref. Mat, 1: 18-20, e 5:31-32, e 19:9.
VI. Posto que a corrupção do homem seja tal que o incline a procurar argumentos a fim de indevidamente separar aqueles que Deus uniu em matrimônio, contudo só é causa suficiente para dissolver os laços do matrimônio o adultério ou uma deserção tão obstinada que não possa ser remediada nem pela Igreja nem pelo magistrado civil; para a dissolução do matrimônio é necessário haver um processo público e regular. não se devendo deixar ao arbítrio e discrição das partes o decidirem seu próprio caso.


Espero ter sanado sua dúvida.

No temor de Cristo,

Pr. Sandro Márcio

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Como entender Eclesiastes 3.18-21?

Pr.sandro marcio, gostaria que, se possivel fosse, o amado pastor explicar-se "Eclesiaste 3.18-21" grato.lucelio gomes 


Bom dia, querido irmão Lucélio.

Antes de falar especificamente sobre o texto em questão, entendo ser necessário algum esclarecimento sobre o livro de Eclesiastes.


Eclesiastes significa pregador, ou aquele que chama as pessoas para uma reunião.
O autor, inspirado por Deus, provavelmente Salomão, cf. 1.11,12,16 e 2:9, em suas andanças e pesquisas sobre o que acontece aos homens que vivem debaixo do sol ou do céu (cf. Eclesiastes 1:3,9,13,14;  2:3,11,17,18,19,20,22; 3:1,16; 4:1,3,7,15; 5:13,18; 6:1,12; 7:6; 8:9,15,17; 9:3,6,9,11,13 e 10:5), fazendo uso da prodigiosa sabedoria que Deus lhe deu, nos dá excelentes conselhos acerca do bem viver.

Por exemplo:
2. 24  Nada há melhor para o homem do que comer, beber e fazer que a sua alma goze o bem do seu trabalho. No entanto, vi também que isto vem da mão de Deus,
25  pois, separado deste, quem pode comer ou quem pode alegrar-se?

3. 1 Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu:

4. 9  Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho.
10  Porque se caírem, um levanta o companheiro; ai, porém, do que estiver só; pois, caindo, não haverá quem o levante.

5. 1 Guarda o pé, quando entrares na Casa de Deus; chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal.
2  Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu, na terra; portanto, sejam poucas as tuas palavras.

7. 5  Melhor é ouvir a repreensão do sábio do que ouvir a canção do insensato.

9. 9  Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias de tua vida fugaz, os quais Deus te deu debaixo do sol; porque esta é a tua porção nesta vida pelo trabalho com que te afadigaste debaixo do sol.

10  Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque no além, para onde tu vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.


Além disso, o Eclesiastes trata de uma situação difícil de entender e mais ainda de aceitar (principalmente para muitos crentes hoje em dia) que é a falta de justiça que acompanha a sociedade humana e, muitas vezes perdura até a morte do indivíduo, dando o mesmo o fim tanto às pessoas boas quanto às más e até mesmo a inversão, quando, nesta vida, o homem bom sofre males, enquanto o malvado recebe o bem como recompensa imediata dos seus atos.

Confira:
1.16 Pois, tanto do sábio como do estulto, a memória não durará para sempre; pois, passados alguns dias, tudo cai no esquecimento. Ah! Morre o sábio, e da mesma sorte, o estulto!
4. 1 Vi ainda todas as opressões que se fazem debaixo do sol: vi as lágrimas dos que foram oprimidos, sem que ninguém os consolasse; vi a violência na mão dos opressores, sem que ninguém consolasse os oprimidos.
5. 8  Se vires em alguma província opressão de pobres e o roubo em lugar do direito e da justiça, não te maravilhes de semelhante caso; porque o que está alto tem acima de si outro mais alto que o explora, e sobre estes há ainda outros mais elevados que também exploram.
7. 7 Verdadeiramente, a opressão faz endoidecer até o sábio, e o suborno corrompe o coração.
15  Tudo isto vi nos dias da minha vaidade: há justo que perece na sua justiça, e há perverso que prolonga os seus dias na sua perversidade.
20  Não há homem justo sobre a terra que faça o bem e que não peque.
8. 6  Porque para todo propósito há tempo e modo; porquanto é grande o mal que pesa sobre o homem.
7  Porque este não sabe o que há de suceder; e, como há de ser, ninguém há que lho declare.
9 Tudo isto vi quando me apliquei a toda obra que se faz debaixo do sol; há tempo em que um homem tem domínio sobre outro homem, para arruiná-lo.
10  Assim também vi os perversos receberem sepultura e entrarem no repouso, ao passo que os que frequentavam o lugar santo foram esquecidos na cidade onde fizeram o bem; também isto é vaidade.
11  Visto como se não executa logo a sentença sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto a praticar o mal.
9. 2  Tudo sucede igualmente a todos: o mesmo sucede ao justo e ao perverso; ao bom, ao puro e ao impuro; tanto ao que sacrifica como ao que não sacrifica; ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme o juramento.
3  Este é o mal que há em tudo quanto se faz debaixo do sol: a todos sucede o mesmo; também o coração dos homens está cheio de maldade, nele há desvarios enquanto vivem; depois, rumo aos mortos.
11 Vi ainda debaixo do sol que não é dos ligeiros o prêmio, nem dos valentes, a vitória, nem tampouco dos sábios, o pão, nem ainda dos prudentes, a riqueza, nem dos inteligentes, o favor; porém tudo depende do tempo e do acaso.
12  Pois o homem não sabe a sua hora. Como os peixes que se apanham com a rede traiçoeira e como os passarinhos que se prendem com o laço, assim se enredam também os filhos dos homens no tempo da calamidade, quando cai de repente sobre eles.
10. 5  Ainda há um mal que vi debaixo do sol, erro que procede do governador:
6  o tolo posto em grandes alturas, mas os ricos assentados em lugar baixo.
11. 8  Ainda que o homem viva muitos anos, regozije-se em todos eles; contudo, deve lembrar-se de que há dias de trevas, porque serão muitos. Tudo quanto sucede é vaidade.
12. 1 Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer;

Daí a insistência na palavra “vaidade” que ocorre por cerca de 40 vezes em Eclesiastes, denunciando que todos os planos e realizações nesse mundo, sem a mente posta na eterna Justiça de Deus não passam de vaidade e correr atrás do vento, uma temporária ilusão, que, fatalmente se desfará na morte.

Conforme:

1:2  Vaidade de vaidades, diz o Pregador; vaidade de vaidades, tudo é vaidade.
1:14  Atentei para todas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento.
2:1 Disse comigo: vamos! Eu te provarei com a alegria; goza, pois, a felicidade; mas também isso era vaidade.
2:11  Considerei todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também o trabalho que eu, com fadigas, havia feito; e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento, e nenhum proveito havia debaixo do sol.
2:15 Pelo que disse eu comigo: como acontece ao estulto, assim me sucede a mim; por que, pois, busquei eu mais a sabedoria? Então, disse a mim mesmo que também isso era vaidade.
2:17 Pelo que aborreci a vida, pois me foi penosa a obra que se faz debaixo do sol; sim, tudo é vaidade e correr atrás do vento.
2:19 E quem pode dizer se será sábio ou estulto? Contudo, ele terá domínio sobre todo o ganho das minhas fadigas e sabedoria debaixo do sol; também isto é vaidade.
2:21 Porque há homem cujo trabalho é feito com sabedoria, ciência e destreza; contudo, deixará o seu ganho como porção a quem por ele não se esforçou; também isto é vaidade e grande mal.
2:23 Porque todos os seus dias são dores, e o seu trabalho, desgosto; até de noite não descansa o seu coração; também isto é vaidade.
2:26  Porque Deus dá sabedoria, conhecimento e prazer ao homem que lhe agrada; mas ao pecador dá trabalho, para que ele ajunte e amontoe, a fim de dar àquele que agrada a Deus. Também isto é vaidade e correr atrás do vento.
3:19 Porque o que sucede aos filhos dos homens sucede aos animais; o mesmo lhes sucede: como morre um, assim morre o outro, todos têm o mesmo fôlego de vida, e nenhuma vantagem tem o homem sobre os animais; porque tudo é vaidade.
4:4 Então, vi que todo trabalho e toda destreza em obras provêm da inveja do homem contra o seu próximo. Também isto é vaidade e correr atrás do vento.
4:7 Então, considerei outra vaidade debaixo do sol,
4:8 isto é, um homem sem ninguém, não tem filho nem irmã; contudo, não cessa de trabalhar, e seus olhos não se fartam de riquezas; e não diz: Para quem trabalho eu, se nego à minha alma os bens da vida? Também isto é vaidade e enfadonho trabalho.
4:16  Era sem conta todo o povo que ele dominava; tampouco os que virão depois se hão de regozijar nele. Na verdade, que também isto é vaidade e correr atrás do vento.
5:7  Porque, como na multidão dos sonhos há vaidade, assim também, nas muitas palavras; tu, porém, teme a Deus.
5:10  Quem ama o dinheiro jamais dele se farta; e quem ama a abundância nunca se farta da renda; também isto é vaidade.
6:2  o homem a quem Deus conferiu riquezas, bens e honra, e nada lhe falta de tudo quanto a sua alma deseja, mas Deus não lhe concede que disso coma; antes, o estranho o come; também isto é vaidade e grave aflição.
6:9  Melhor é a vista dos olhos do que o andar ocioso da cobiça; também isto é vaidade e correr atrás do vento.
6:11 É certo que há muitas coisas que só aumentam a vaidade, mas que aproveita isto ao homem?
6:12 Pois quem sabe o que é bom para o homem durante os poucos dias da sua vida de vaidade, os quais gasta como sombra? Quem pode declarar ao homem o que será depois dele debaixo do sol?
7:6  Pois, qual o crepitar dos espinhos debaixo de uma panela, tal é a risada do insensato; também isto é vaidade.
7:15  Tudo isto vi nos dias da minha vaidade: há justo que perece na sua justiça, e há perverso que prolonga os seus dias na sua perversidade.
8:10  Assim também vi os perversos receberem sepultura e entrarem no repouso, ao passo que os que frequentavam o lugar santo foram esquecidos na cidade onde fizeram o bem; também isto é vaidade.
8:14 Ainda há outra vaidade sobre a terra: justos a quem sucede segundo as obras dos perversos, e perversos a quem sucede segundo as obras dos justos. Digo que também isto é vaidade.
11:8 Ainda que o homem viva muitos anos, regozije-se em todos eles; contudo, deve lembrar-se de que há dias de trevas, porque serão muitos. Tudo quanto sucede é vaidade.
11:10 Afasta, pois, do teu coração o desgosto e remove da tua carne a dor, porque a juventude e a primavera da vida são vaidade.
12:8  Vaidade de vaidade, diz o Pregador, tudo é vaidade.

Assim, uma das principais mensagens que encontramos no livro de Eclesiastes é que o Senhor nos ordena fazer o que é certo pois, apesar das aparências, devemos confiar que Deus, no tempo certo, há de fazer a Justiça triunfar, ainda que seja apenas na eternidade!

3:17  Então, disse comigo: Deus julgará o justo e o perverso; pois há tempo para todo propósito e para toda obra.
11. 9  Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá contas.
12: 7  e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.
12:14  Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más.
Eclesiastes 3:11 Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim.
Eclesiastes 3:14  Sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe pode acrescentar e nada lhe tirar; e isto faz Deus para que os homens temam diante dele.
Eclesiastes 12:5  como também quando temeres o que é alto, e te espantares no caminho, e te embranqueceres, como floresce a amendoeira, e o gafanhoto te for um peso, e te perecer o apetite; porque vais à casa eterna, e os pranteadores andem rodeando pela praça;
 
Nossa esperança de Justiça prossegue para além desta vida, como disse o servo Jó:

Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra. Depois, revestido este meu corpo da minha pele, em minha carne verei a Deus. Vê-lo-ei por mim mesmo, os meus olhos o verão, e não outros; de saudade me desfalece o coração dentro de mim. Jó 19. 25-27


Isto é, sem sombra de dúvidas, um duro e necessário golpe na moderna crendice de que basta se tornar crente para que todos os seus sonhos se realizem já nesta vida!

Infelizmente, muitos crentes nem sequer cogitam a ordem de nosso Senhor para que tomem a cruz (sofrimento) e o sigam!


Quanto ao texto específico de Eclesiastes 3. 18-21,

Veja que o versículo 18 diz: ... é por causa dos filhos dos homens...
Então perguntamos: Isto o quê é por causa?

O que nos leva aos versículos anteriores, 16 e 17.

16 Vi ainda debaixo do sol que no lugar do juízo reinava a maldade e no lugar da justiça, maldade ainda.
17 Então, disse comigo: Deus julgará o justo e o perverso; pois há tempo para todo propósito e para toda obra.

[e então]

18 Disse ainda comigo: é por causa dos filhos dos homens, para que Deus os prove, e eles vejam que são em si mesmos como os animais.
19 Porque o que sucede aos filhos dos homens sucede aos animais; o mesmo lhes sucede: como morre um, assim morre o outro, todos têm o mesmo fôlego de vida, e nenhuma vantagem tem o homem sobre os animais; porque tudo é vaidade.
20 Todos vão para o mesmo lugar; todos procedem do pó e ao pó tornarão.
21 Quem sabe se o fôlego de vida dos filhos dos homens se dirige para cima e o dos animais para baixo, para a terra?

22 Pelo que vi não haver coisa melhor do que alegrar-se o homem nas suas obras, porque essa é a sua recompensa; quem o fará voltar para ver o que será depois dele?

É neste contexto da ineficiência ou mesmo ausência da plena justiça entre os homens que o Pregador (eclesiastes) é obrigado a assumir que, do que é perceptível debaixo do céu, isto é, no mundo em que vivemos, a vida e a morte humanas pouco diferem das dos animais. Pois, com os olhos humanos, neste mundo que nos cerca, não podemos vislumbrar a verdadeira Justiça de Deus, que só será plenamente contemplada no dia do Juízo.

Assim, o livro de Eclesiastes não ensina que com a morte ocorre o “sono da alma” ou o completo aniquilamento, como alguns pensam, e sim que a morte representa a nossa determinante retirada deste cenário e, ao menos para nós, em relação ao que se faz debaixo do sol, é o final de tudo aquilo para o que, arrogantemente, pensamos ter algum domínio!

Com isto cooperam as palavras de Jesus no Evangelho:

Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Lucas 12:20

Espero ter sanado sua dúvida!

Um forte abraço,


Pr. Sandro Márcio